Toda pessoa que apresenta um problema emotivo traz em si a necessidade de que a levem em conta tanto verbal quanto corporalmente. Os distúrbios psicossomáticos derivam da discrepância entre os dois níveis:o corpo não tem as palavras para dizer aquilo que sente necessidade de exprimir.
O componente corporal da emoção tem existência própria: é a garantia do fato de que aquilo que o cliente afirma sentir não é um raciocínio vazio e, sim, um sentimento real. Por isso a necessidade de fazer também o corpo entrar no estudo da minha observação como terapeuta. É uma experiência inexpressável que se origina naquela fase sem palavras, da memória dentro do útero e dos primeiros anos de vida.
O corpo está sempre presente em ressonância com os acontecimentos atuais e os conteúdos dos pensamentos, recordações e idéias. Quando o cliente fala sobre uma situação, ele a vivencia novamente em sua imagem interna e seu corpo reage como naquela época, como se o passado fosse realidade, agora. As reações que afloram são freqüentemente sintomas dos quais o cliente reclama, porque se subtraem à sua ação intencional e compreensão consciente.
Neste ponto do trabalho terapêutico trata-se, principalmente, de despertar o interesse do cliente pela sua respiração e pelo corpo. Se experimentar novas formas de comportamento e ligar experiências positivas a isso, poderá ampliar os padrões limitantes de sua história e sua visão de mundo. Juntos procuramos por melhores estratégias do que aquelas que aprendeu e viveu até agora. A sua reação inconsciente guiada pelos reflexos se desenvolverá em direção a movimentos conscientes, que gradativamente poderão ser adaptados de acordo com as suas idéias e de uma forma que seja adequada ao seu estado atual.