Estou constantemente falando de mudanças. Como é bom mudar o trajeto do trabalho de vez em quando, mudar o tipo de roupa que costumamos usar, mudar o corte e a cor do cabelo, mudar a disposição dos móveis da casa, mudar a alimentação e experimentar algo novo, sentar em um lugar no restaurante que eu não sentei ainda. Desta forma posso experimentar olhar para mesmas situações de uma nova forma. Melhor ou pior? Diferente!
E mudar comportamentos que estão instalados a tantos anos, será que é tarefa fácil?
Mudar significa reconhecer que talvez algo não esteja tão bem e que é pode ser reavaliado.
É da natureza do ser humano gostar de ver mudanças nos outros e resistir a fazer mudanças em si mesmo. Quando somos confrontados com mudanças e transformações, vemos que algumas das dimensões do ser humano (físicas, emocionais e espirituais) podem ficar apegadas ao passado, causando enorme sofrimento. É a “não aceitação”.
O desafio de aceitar as coisas como elas são, e não como nós gostaríamos que fossem, é talvez uma das lições mais difíceis de aprender. Aceitar a realidade é percebido pela maioria das pessoas como fraqueza, conformismo, inatividade e passividade. Mas o sentido da aceitação é muito mais amplo que isto.
Se estou no leme do meu barco, defino meu destino e velejo numa direção que escolhi, estou “com as rédeas da vida” em minhas mãos. Eu tenho o poder de mudar meu rumo ou minha velocidade. De seguir meu curso ou parar.
Mas, se no meio do percurso vêm ventos inesperados e rajadas súbitas ou correntezas imprevisíveis, eu preciso aceitar esta nova situação. Tenho que aceitar que talvez planejei mal meu trajeto, ou pode ser mesmo que o que está ocorrendo estava fora de qualquer previsão.
Estando nesta realidade, a não aceitação significa ficar se criticando pela falta de planejamento ou reclamar de fatores incontroláveis. Isto agrega algum valor? Faz diferença ficar reclamando?
Aceitar a realidade significa reconhecer um erro ou uma imprevisibilidade, mas, acima de tudo, agir em cima da nova realidade, definir o que será feito como próximo passo e agir conforme a decisão.
Aceitar uma realidade não significa que você deva “gostar” da nova situação. Significa reconhecer que aquele momento é especial, é perfeito, pois está nos mostrando uma lição nova que precisamos aprender. Chorar pelo passado ou sonhar pelo que as coisas poderiam ter sido não leva a nada.
Por isso, da próxima vez que algo incomodar não gaste energia reclamando, mas pense no que pode mudar com esta situação? O que eu posso aprender? Como posso me transformar permitindo que a pedra bruta se lapide com este sofrimento?
E mãos à obra, não tenha medo de mudar