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Por que só as mulheres que terminam a maioria dos relacionamentos?

Muitos relacionamentos terminam com as mulheres colocando um ponto final. Os homens parecem que se adaptam a níveis crescentes de desconforto e vão ficando por anos. Sofrem o definhar diário da intimidade, mas não rompem. A maioria espera que as mulheres ponham fim às relações. Por que alguém viveria numa situação emocional tão precária por tanto tempo se não estivesse inteiramente apavorado com a ideia de ficar só? Quando o sentimento erótico/amoroso acaba, alguns parecem dependentes como crianças de tudo que a mulher-mãe representa em sua vida. Para o ‘menino’ a esposa se torna a mãe. Ela cuida do bem estar familiar, material, afetivo, sexual e estabelece limites(que muitos transgridem). Muitas vezes terminar uma relação implica em provocar dor e sofrimento na parceira. O que muitos homens dizem é que eles preferem ir sumindo aos poucos, ao invés de enfrentar e dizer que terminou. Muitos não suportariam a raiva que o outro pode sentir e que depositará naquele que termina. Eles preferem minar a relação a ponto da parceira tomar a iniciativa para terminar.

O famoso "precisamos conversar" é suficiente para provocar nos homens uma vontade de dar meia volta e ir embora. Não é preciso avisar que precisa discutir a relação (DR). Simplesmente inicie a conversa. Fale daquilo que incomoda, mas também do que é ou foi bom e prazeroso nesta relação. Proporcione nesta conversa não um monólogo, mas alguém que fala e ouve também. É um pinguepongue. O relacionamento amoroso não é um jogo que se joga sozinho.

Para terminar de vez um namoro ou casamento a melhor maneira é conversando. As pessoas precisam falar sobre o que elas sentem. É preciso olhar para o outro e entender qual a melhor forma de me comunicar com ele. De me fazer entender. Se isso acontecesse muitas relações talvez nem acabassem. Ter um mediador/terapeuta neste momento da separação pode ser uma alternativa que evitaria muitas agressões e discussões desnecessárias, que acontecem por um descontrole emocional. O diálogo continua sendo fundamental. Relações que foram baseadas no respeito, mesmo quando o amor acaba, possibilita que a separação seja realizada de forma madura e saudável.

E quando a mulher ou o homem não aceitam o término da relação? É porque a ‘menina’ ou o ‘menino’ se desesperam e não conseguem dizer adeus de uma forma adulta. São relações infantis onde se projeta o pai ou a mãe no parceiro(a). A pessoa não admite o fim, porque a sensação de vazio e abandono é maior do que o entendimento de que aquela relação acabou. A aceitação muitas vezes é uma etapa demorada de um processo que exigirá desta pessoa amadurecimento. Isto de não aceitar acontece em relações de dependência, ‘amores’ obsessivos e nada saudáveis.

Os relacionamentos tem ciclos. Termina uma etapa e outra se inicia. Quando as pessoas se conhecem, namoram, se casam, tem filhos, os filhos crescem, saem de casa, se casam, tem filhos/netos que chegam, o casal envelhece e morre. Cada fase dessa é uma etapa que tem começo, meio e fim. Cabe ao casal reavaliar a cada etapa o quanto eles querem ficar juntos ou não. Renegociar o contrato, reinventar a relação que pode cair na rotina. Mas infelizmente muitos não estão dispostos a ter este trabalho. Preferem manter do jeito que está ‘ruim com ele(a), pior sem ele(a)’ ou partir para outra e repetir exatamente os mesmos erros.

Observar de forma bem consciente com quem você está iniciando um relacionamento continua sendo o melhor para quem quer relações mais duradouras. É melhor escolher uma pessoa que não precisa ser cuidada, tutelada ou aplacada como um bebê. Mas poder se relacionar de igual para igual com o outro que será capaz de contribuir de forma equilibrada na relação. Nem um de mais e nem de menos, mas os dois crescem. Dessa forma a relação terá mais chances de sobreviver.