Desde o início da minha carreira falei muito de perto com as mulheres. Elas sempre estiveram dispostas a buscar respostas para seus questionamentos. As mulheres possuem essências fundamentais para vivermos num mundo melhor. De modo geral, nós conservamos traços interessantíssimos. As mulheres costumam ser suaves, mesmo nos momentos duros, têm a intuição mais aguçada. Nossas essências femininas foram vistas como sinônimos de fragilidade. Isso está mudando.As mulheres, após décadas, podem enfim viver sem medo de serem tachadas de frágeis. O feminino é dom tanto da mulher quanto do homem, só é preciso cultivá-lo.

Nós somos especialistas em gerenciar crises. Percebemos rapidamente que as coisas não têm importância em si, mas sim no significado que damos a elas. A verdadeira viagem de descoberta consiste não em procurar novas paisagens, mas em ter novos olhos. Somos guerreiras.

As mulheres, sabem que a maternidade é um momento único, especial. Um dom que Deus nos deu que é a possibilidade de gerar uma vida. Esta maternagem se dá de muitas formas, com os filhos, no trabalho, com os amigos o cuidado é constante. Nós mulheres, somos doadoras por natureza. Grande parte se preocupa mais com o outro do que com consigo mesmo. Redistribuir estes cuidados para que aprendamos a cuidar de nós mesmas é um tema sempre presente. Cuidar e acolher, não é apenas ser atencioso em momentos difíceis. É também tolerar o diferente e treinar para ser mais flexível, quando necessário. É dar colo, saber ouvir e abrigar a dor alheia. Ao mesmo tempo que redescobrimos que colocar-se em primeiro lugar, não é uma atitude egoísta, mas necessária para estar inteira e cuidar de tudo que é necessário. Quem cuida e se preocupa vai devagar. Na hora em que acolho, não sou mais apenas eu, me torno também o outro acolhido. Deixo de ser um e me multiplico. O universo em resposta, agradece. A mulher de hoje quer estar mais em sintonia com seu parceiro, ela sabe se colocar e espera do homem uma postura mais amadurecida no relacionamento. Ela quer um parceiro presente, que a valorize e que seja um pai participativo. Conciliar o cuidado com os filhos e a carreira profissional é muitas vezes um grande desafio que as poucos ela vai administrando. Outro aprendizado é que para firmar-se diante das pessoas, é preciso antes respeitar-se. Esse processo envolve, entre outras coisas, dizer ‘não’ para o que a faz sofrer, dar prioridades e tomar decisões.

Na carreira profissional, em cargos de lideranças, percebemos que a dose certa de firmeza e delicadeza é infalível. Para atingir esse estágio, é preciso desacelerar. Pensar antes de falar, dominar a agressividade. Podemos trilhar nossos caminhos bem mais suavemente e fazer do mundo um lugar mais terno. Podemos nos equilibrar mais, sermos mais suaves, pacientes e receptivas. Saber que o que fazemos hoje vai ter peso amanhã.

Intuição é uma palavra que deriva do grego intuire que significa “ver por dentro”. O chamado sexto sentido não é lenda, mas um dom que a mulher conhece faz tempo. Existe realmente uma predisposição biológica no sexo feminino para perceber coisas que vão além do racional, de ouvir seu próprio corpo e ler mensagens que estão por trás das palavras dos outros. Enquanto pessoas que gostam de racionalizar levam dias para se convencer de que determinada atitude é mesmo a melhor, os intuitivos cortam caminho e chegam a conclusões menos óbvias em menos tempo.

Hoje podemos fazer coisas prazerosas, encontrar formas de rir, de aquietar a mente. Com o corpo saudável, relaxado, enfrentamos melhor a rotina. Cada uma de nós pode estar vivendo neste momento o fechamento de um ciclo e o início de um novo. E sair de um lugar significa ir para outro. Em vez de se fixar no que deixou, olhe para onde pode se dirigir e visualizará oportunidades. Aceitar que tudo acaba ou se transforma torna o processo mais fácil. Foque no que foi construído de bom. Isso ameniza o vazio e leva ao recomeço. Desta forma nos tornamos cada vez mais resilientes, auto-confiantes, acreditando em si e naquilo de que somos capazes de fazer. Nenhuma busca intensa tranquiliza. Pensar mexe sempre com todas nós. E estes pensamentos se movimentam provocando o vulcão, que em alguns momentos está adormecido e em outros está em erupção.

“Ninguém sabe direito o que é felicidade, mas, definitivamente, não é acomodação. Acomodar-se é o mesmo que fazer uma longa viagem no piloto automático. Muito seguro, mas que aborrecimento. É preciso um pouquinho de turbulência para a gente acordar e sentir alguma coisa, nem que seja medo.” Martha Medeiros

Mãos à obra e boa sorte!